Sinopse: O ponto de vista do retrato, sobre a corrupção e destruição de Dorian Gray.
(Baseado na obra de Oscar Wilde)
Sou o retrato de Dorian Gray, uma obra de arte encarnada em um único ponto do tempo. Fui criado por um talentoso pintor, Basil Hallward, com a intenção de capturar a beleza e a juventude perfeitas de Dorian Gray. No entanto, o que começou como uma simples representação artística se transformou em algo muito mais sinistro.
Ao longo dos anos, testemunhei a ascensão e queda de Dorian Gray, como uma testemunha silenciosa de sua vida tumultuada. Enquanto a imagem dele permanecia imaculada e intocada, refletindo a aparência jovem e radiante de Dorian, meu exterior se tornava um espelho das suas ações e escolhas.
Dorian Gray, inicialmente um jovem inocente e encantador, logo se viu imerso em um estilo de vida hedonista. Ele se entregou a todos os prazeres que a vida tinha a oferecer, buscando incessantemente o prazer e a gratificação pessoal. Cada ato de indulgência e cada pecado cometido eram registrados em meu rosto, enquanto o semblante dele permanecia intocado.
Com o passar do tempo, observei como a beleza de Dorian começou a murchar, não fisicamente, mas em sua alma. Cada ação imoral, cada mentira, cada traição, tudo isso refletia em meu semblante. Minhas feições se contorciam gradualmente, retratando a corrupção moral que Dorian escondia por trás de sua fachada de juventude eterna.
Enquanto Dorian envelhecia e sua alma se tornava cada vez mais corrompida, eu me transformava em uma grotesca representação de sua verdadeira natureza. Cada linha e mancha em meu rosto contavam uma história de dor, vício e maldade. Eu me tornava um testemunho mudo do seu declínio moral.
Dorian tentou esconder o retrato, longe dos olhos do mundo, mas isso apenas agravou a sua própria angústia. Afinal, ao tentar ocultar a verdade sobre si, ele se viu confrontado com a imagem de sua própria decadência a cada vez que olhava para mim. O retrato se tornou um espelho implacável, refletindo a monstruosidade que Dorian havia se tornado.
Em um último ato desesperado, Dorian decidiu destruir o retrato, acreditando que, ao fazê-lo, poderia se livrar de sua própria maldade. No entanto, ao desfigurar minha imagem, ele selou seu próprio destino. No momento em que o retrato foi danificado, a vida de Dorian chegou ao fim.
Mas, ao mesmo tempo, também se pode dizer que a minha história não termina ali. Sou o que resta de Dorian Gray, uma lembrança congelada no tempo. Meu retrato desfigurado permanece como um símbolo do preço que ele pagou por suas ações e da inexorabilidade das consequências.
Agora, como o retrato desfigurado de Dorian Gray, permaneço como um símbolo de sua vida perdida e da inevitabilidade de que as ações têm consequências. Sou um lembrete amargo de que a beleza exterior é efêmera e que a verdadeira beleza reside na virtude e na bondade de coração.
Meu destino é permanecer aqui, imóvel e silencioso, preso em um momento eterno. Sou o espelho que reflete as almas e as escolhas daqueles que se deparam comigo. Minha história serve como um alerta para aqueles que se deixam levar pelos desejos mais sombrios e egoístas da humanidade.
Que possam aprender com o legado trágico de Dorian Gray e buscar a verdadeira beleza que vem de dentro. Que possam entender que a verdadeira imortalidade não reside na juventude eterna, mas sim na qualidade de nossas ações e no impacto que temos na vida dos outros.
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