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O amor de Deus NÃO é o amor do mundo

Amor e amar são palavras extremamente populares hoje em dia. As pessoas falam o tempo todo sobre viver em função do amor ao próximo, e basta balançar uma bolsa que caem milhões de não cristãos repetindo o mandamento de Jesus Cristo como se fosse um slogan de paz mundial.

Mas esse comportamento — e essa visão rasa sobre amor — além de ser hipócrita, está completamente fora do amor que Deus revela nas Escrituras. E, diferente do que muitos querem acreditar, isso não é questão de interpretação subjetiva, mas uma verdade explícita para quem tem “ouvidos para ouvir” (cf. Mateus 11:15).

O amor de Deus não é o amor que o mundo pratica.

Respirou fundo? Então vamos começar.

1. O que o mundo chama de "amor" não é o amor verdadeiro

A) Amor romântico (relacionamentos)

Relacionamentos hoje são muitas vezes construídos sobre bases frágeis e destrutivas:

• Atração 100% física, sem profundidade emocional ou espiritual
• Carência e medo da solidão
• Busca de validação por meio de alguém
• Desejo de status social (“todo mundo tem alguém, menos eu”)
• Pressa de “não ficar para trás”, levando a casamentos apressados e desalinhados com propósito
• Sensação de “borboletas no estômago” ou qualquer coisa semelhante — que, a propósito é sinal de ansiedade, não amor. Quando um sentimento causa insegurança, inquietação ou medo de ser rejeitado, ele está mais ligado ao controle e à instabilidade emocional do que ao amor verdadeiro.

Esses relacionamentos frequentemente se expressam por:

• Sexo constante como paliativo para o vazio emocional e espiritual
• Divórcios rápidos por falta de alicerce espiritual
• Autossabotagem emocional para manter alguém por perto (negligenciando a própria dignidade)
• Idolatria emocional, onde o outro se torna um “deus” que precisa ser agradado a qualquer custo
• Expectativa de felicidade plena no outro, que deveria ser suprida somente por Deus

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem o conhecerá?” — Jeremias 17:9

B) Amor ao próximo

A cultura atual reduziu o “amor ao próximo” a uma política de aceitação irrestrita, onde qualquer tentativa de exortação é vista como julgamento ou falta de empatia. Aqui estão alguns exemplos de distorções:

• Espera-se aceitação sem correção: qualquer crítica é considerada “ódio”
• Exige-se que o outro nunca se afaste e esteja sempre disponível
• Não confrontar é confundido com amar
• "Amar" virou sinônimo de "concordar", mesmo com escolhas que levam à destruição
• A verdade foi substituída por "sensações": o amor só é reconhecido se for "sentido" e confortável

"Leais são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do inimigo são enganosos." — Provérbios 27:6

2. O Amor de Jesus é muito mais profundo

Jesus não ensinou um amor permissivo, emocionalmente frágil ou guiado por carência. Ele ensinou um amor:

• Que coloca Deus em primeiro lugar
• Que corrige com verdade
• Que sacrifica o ego
• Que nega a si mesmo

Jesus disse:

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." — Mateus 22:37-39

E também:

"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me." — Mateus 16:24

Vamos por partes:

1. Ame a Deus sobre todas as coisas

Antes de amar qualquer pessoa — pais, cônjuge, amigos, filhos ou até seu pet — você precisa amar a Deus acima de tudo. Esse amor não é condicional ou emocional. A Bíblia usa o termo Ágape — um amor incondicional, sacrificial, inegociável.

Amar a Deus é:

• Colocar Sua vontade acima da sua
• Seguir Seus mandamentos (cf. João 14:15)
• Renunciar a ídolos emocionais, materiais ou ideológicos
• Fazer escolhas com base na verdade revelada, não no que "parece certo"

"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim." — Mateus 10:37

2. Ame ao próximo como a si mesmo

Só é possível amar ao próximo da forma correta se primeiro amar a Deus. A partir disso, nasce o amor por si mesmo (no sentido bíblico — identidade em Cristo), e só então o amor saudável pelo próximo se manifesta.

Sem Deus, o amor ao próximo vira:

• Codependência emocional
• Amor interesseiro ou manipulador
• Amores que “aceitam tudo”, até o que destrói
• Tentativas frustradas de consertar os outros sem antes ter sido transformado

"Nós amamos porque Ele nos amou primeiro." — 1 João 4:19

3. Negue-se a si mesmo

Essa talvez seja a parte mais ignorada por cristãos e não cristãos. Negar a si mesmo não é só abrir mão de desejos superficiais. É uma morte diária do orgulho, da autojustificação, da independência de Deus. Em um mundo que prega autoestima acima de tudo, essa mensagem soa como loucura.

"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim." — Gálatas 2:20

Negar-se é reconhecer:

• Que sozinho você não consegue
• Que suas vontades nem sempre são boas
• Que sua identidade precisa ser submetida a Cristo
• Que o caminho do Reino não é baseado no “eu mereço”, mas no “Ele é digno”

Checklist do amor verdadeiro

Se você realmente deseja viver um amor que transforma e liberta, a ordem é clara:

1. Negue a si mesmo
2. Ame a Deus acima de tudo
3. Ame ao próximo como a si mesmo

Sem essa ordem, o amor é distorcido, emocionalmente sabotador e espiritualmente vazio.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine... Mas esse amor é paciente, é verdadeiro, não busca os seus próprios interesses, não se alegra com a injustiça — ele se alinha com a verdade." — 1 Coríntios 13 (resumo dos versos 1–6)

Conclusão

O amor verdadeiro não é cego, não é permissivo, e não é baseado em carência. O amor verdadeiro confronta, disciplina, transforma e exige entrega total a Deus.

Portanto, se você vê em si os padrões que o mundo chama de amor, está tudo bem — desde que você reconheça que esse não é o amor de Cristo. E se não é o amor dEle, não liberta, não cura e não salva.

O mundo pode continuar misturando amor com conveniência, emoção e ego. Mas os que conhecem a Verdade, sabem:

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." — João 8:32

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