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Mostrando postagens de agosto, 2025

Romeu e Julieta: O trágico retrato do amor juvenil como caminho direto para a estupidez — e, eventualmente, a morte

Romeu e Julieta é mais uma prova de que esse "amor jovem", afoito e intenso que tanta gente ainda romantiza, na verdade, é só um grave sinal de estupidez. E pior: ainda vai continuar matando gente por aí. Escrita na Era Elisabetana, a peça tinha como objetivo central mostrar como a rivalidade entre duas famílias poderia arruinar a vida de jovens inocentes. Mas Shakespeare, como bom observador da natureza humana, foi além. Sua crítica não se limitou à guerra entre Capuletos e Montéquios: ele foi cirúrgico ao retratar o comportamento descontrolado e irracional de Romeu e Julieta. Comecemos por Romeu: um adolescente melodramático que, ao início da peça, mal consegue levantar da cama porque a moça que ele amava decidiu se manter casta. A essa altura, ele já parecia à beira de uma parada cardíaca, tamanha a intensidade de seu sofrimento amoroso. Para animá-lo, Mercúcio e Benvólio decidem levá-lo ao baile de máscaras dos Capuleto — um plano brilhante, considerando que s...

Reprimir sentimentos é doloroso, mas o amor afoito é mortal: o que Jane Austen ensina através de Razão e Sensibilidade

Razão e Sensibilidade é muito mais do que uma fonte encantadora de entretenimento. Através de sua escrita irônica, refinada e perspicaz, Jane Austen nos oferece uma poderosa lição sobre equilíbrio emocional, tendo como principais condutoras dessa jornada as irmãs Elinor e Marianne Dashwood. O título da obra é, por si só, uma pista clara da natureza simbólica de suas protagonistas. Elinor representa a razão; Marianne, a sensibilidade. Ambas, no entanto, vivem de forma tão extrema dentro de seus respectivos papéis que acabam enfrentando sofrimentos evitáveis — justamente por falta de equilíbrio entre emoção e racionalidade. Elinor é uma personagem centrada, compassiva, atenciosa e extremamente ponderada. Sua tendência a pensar antes de agir ou falar, a colocar a lógica acima dos impulsos emocionais, faz dela uma presença constante e confiável. Ela não reprime os sentimentos por frieza ou desinteresse, mas por senso de responsabilidade e empatia — muitas vezes silenciando sua ...