Giullyflix | Giully Villarinho

Nos sonhos, um homem de olhos verdes a leva para aventuras inesquecíveis, mas seu rosto some ao acordar. Cansada de esquecê-lo, ela anseia pelo encontro real. Uma promessa onírica se concretiza numa noite qualquer, quando a voz familiar a encontra. O homem dos sonhos surge, revelando um passado compartilhado e a promessa de uma nova aventura, agora desperta. Ele está aqui de novo. Todas as noites, quando durmo, ele me recebe com um sorriso e braços abertos. E já estou cansada disso. Não de vê-lo. Mas de nunca lembrar de seu rosto quando acordo. Com ele, tive incontáveis aventuras que ninguém na minha vida real conseguiria oferecer. E todas acabaram da mesma forma: um beijo de despedida e um súbito despertar. Só conseguia me lembrar que ele era loiro e tinha olhos verdes como a floresta em um dia ensolarado. Mas não me lembrava como essas características se encaixavam em seu rosto. Às vezes ia dormir esperando por ele, e ele não vinha. Às vezes tinha insônia e por isso não conseguia vê-...

When they were children, by the edge of a river full of promises, Kevin asks his sister Maddie to stay “gold.” Years pass, and life steals Madeleine's childhood lightness, leaving behind only the shadow of an uncomprehended promise. Trapped by expectations and suffocated by her own existence, she longs to rescue herself from the fog of the past. (Inspired by the song Madeleine , from the Backstreet Boys) “What are you doing, Maddie?” Kevin asked, sitting beside his younger sister, who was watching the ships sail away on the river that surrounded the house where they lived. “I'm trying to draw those ships, but I can barely see them!” Kevin laughed and lifted his sister onto his shoulders. “Better now?” “Much better, thank you!” A few minutes passed, and Kevin felt that Maddie was no longer drawing. Even so, he decided to leave her where she was. “Kevin, where do you think those ships are going?” “I don't know, little one. They go to different places, it's hard to tell.” ...

Quando crianças, à beira de um rio cheio de promessas, Kevin pede à irmã Maddie que permaneça “dourada”. Anos se passam, e a vida rouba de Madeleine a leveza da infância, deixando para trás apenas a sombra de uma promessa incompreendida. Presa às expectativas e sufocada pela própria existência, ela anseia por resgatar a si mesma em meio à névoa do passado. (Inspirado na música Madeleine , dos Backstreet Boys) — O que está fazendo, Maddie? — perguntou Kevin, sentando-se ao lado da irmã mais nova que observava os navios partirem no rio que havia ao redor da casa onde eles moravam. — Estou tentando desenhar aqueles navios, mas mal consigo vê-los! Kevin riu e colocou a irmã em seus ombros. — Melhor assim? — Muito melhor, obrigada! Alguns minutos se passaram e Kevin sentiu que Maddie não desenhava mais. Mesmo assim, decidiu deixá-la onde estava. — Kevin, para onde você acha que esses navios vão? — Eu não sei, pequena. Eles vão para lugares diferentes, é difícil saber. — Será que eles vão en...

Flash fiction inspirada na música The Call  dos Backstreet Boys James Quando cheguei na boate, não consegui encontrar meus amigos. O lugar estava lotado e a música estava muito alta — mas nada diferente do que eu era acostumado. Meu celular tocou de repente. Minha namorada, Rachel, estava ligando, provavelmente querendo saber onde eu estava, mas eu mal podia ouvi-la. — Eu não consigo te ouvir! Acho que minha bateria está fraca! Mas olha, vou me atrasar, não espere por mim! — O que?! Onde você está? Alô... — Eu preciso ir... Enquanto caminhava em meio a toda aquela gente, senti o olhar de uma garota em mim. Ela era belíssima e estava se aproximando. Com uma voz de sereia, me chamou para dançar e eu fui com ela até a pista de dança, perdendo a noção de quanto tempo ficamos lá. Eu estava hipnotizado. Mais tarde, ela aproximou os lábios do meu ouvido e sussurrou. — Eu tenho um apartamento aqui perto... quer vir comigo? Eu devia ter dito não... tinha alguém me esperand...

Flash fiction inspired by the song The Call , from the Backstreet Boys James When I arrived at the club, I couldn’t find my friends. The place was packed and the music was blasting — nothing out of the ordinary for me. Suddenly, my phone rang. It was my girlfriend, Rachel, probably wondering where I was, but I could barely hear her. “I can’t hear you! I think my battery’s dying! Look, I’m going to be late — don’t wait up!” “What?! Where are you? Hello…” “I have to go…” As I made my way through the crowd, I felt someone’s eyes on me. A gorgeous girl was watching me — and coming closer. With a voice like a siren’s, she asked me to dance. I followed her to the dance floor, completely losing track of time. I was mesmerized.   Later, she leaned in and whispered in my ear: “I’ve got an apartment nearby… want to come with me?” I should have said no. Someone was waiting for me at home. But I said exactly the opposite. We got into a cab and headed to her place. She w...

Micro conto inspirado na música Show Me The Meaning of Being Lonely , dos Backstreet Boys As sirenes lá fora pareciam mais altas do que nunca, e ao mesmo tempo eram apenas um eco em minha cabeça da última coisa que ouvi, antes do monitor cardíaco apitar. Alguém sofreu um acidente naquela noite. Talvez mais alguém além de mim partisse também. Não consegui evitar aquele pensamento. Quando meu coração parou de bater, era como se eu visse tudo mais claramente. Eu estava sozinho no hospital. Minha família não estava lá, nem meus amigos. Ninguém sabia o que havia acontecido comigo. Mas de que importava? Será que eu devia ter avisado? Deveria ter ligado e dito que não estava bem? Que meu coração estava fraco? Não… não adiantaria. Eu sabia o que significava estar sozinho. Não é uma sensação física, não é a solidão, não são os espaços vazios. É o vazio que me preenchia mesmo cercado de companhias. Esse vazio, que eles nunca notavam, porque apesar de estarem perto o bastante, me olhavam,...

Flash fiction inspired by the song Show Me The Meaning Of Being Lonely , from the Backstreet Boys The sirens outside sounded louder than ever, and at the same time, they were just an echo in my head—the last thing I heard before the heart monitor beeped. Someone had an accident that night. Maybe someone else, besides me, was leaving too. I couldn’t help the thought. When my heart stopped beating, it was as if I could see everything more clearly. I was alone in the hospital. My family wasn’t there, nor were my friends. No one knew what had happened to me. But did it really matter? Should I have said something? Should I have called and told them I wasn’t okay? That my heart was weak? No... it wouldn’t have changed anything. I knew what it meant to be alone. It's not a physical feeling, not solitude, not empty spaces. It’s the emptiness that filled me even when I was surrounded by people. That void they never noticed, because even though they were close enough, they looked at ...